O Brasil vem estabelecendo uma trajetória para se consolidar como um grande ator no comércio agropecuário mundial — além de se manter como fornecedor de alimentos. Nas últimas décadas, passamos de importador para produtor e, rapidamente, para exportador agrícola com destaque mundial.
O segmento fechou a balança comercial brasileira de 2020 como responsável por 48% das exportações do Brasil e teve saldo final recorde de US$ 87,7 bilhões. Os números impressionam, mas certamente não se comparam ao que ainda está por vir.
As perspectivas são de franco crescimento para os próximos anos. José Luis Tejon Megido, especialista do setor, diz que o Brasil tem condições de dobrar o agro de tamanho até 2030, desde o A do “abacate” ao Z do “zebu”. Estudos estimam que, até 2050 — ou seja, em menos de 30 anos — a produção global de alimentos deve crescer 70% para atender as novas demandas populacionais.
Mas, para acompanhar esse crescimento, algumas mudanças são mais que necessárias em um setor que ainda enfrenta relutância na inserção por tecnologia, tem alta rotatividade de colaboradores e carece de capacitação.
Uma delas é o investimento em programas de gestão para que haja continuidade de uma modernização sustentada — tanto no que se refere à digitalização, logística de transportes e gargalos na infraestrutura quanto à promoção de práticas de gestão cada vez mais sustentáveis e perenes. É algo inevitável para o agro que ruma ao conceito 5.0.
Agro 5.0 está à porta
O Agro 4.0 mal se consolidou e já estamos com o 5.0 à espreita. Especialistas do setor apontam esse novo momento para o campo já a partir de 2022, com o uso de máquinas com autonomia cada vez maior nos processos produtivos.
Isso significa que o agricultor vai partilhar a tomada de decisões — parte delas fica sob a responsabilidade das máquinas — e otimizar seu trabalho avaliando as decisões tomadas e a execução dos processos. E não é somente o campo que sentirá os impactos.
O “Agro 5.0” também fará uma conexão entre todas as pontas da rede produtiva do setor. Estamos falando da digitalização dos processos de compra e comercialização da produção, que ainda tem bastante espaço para crescer e trazer eficiência — e lucratividade – a todo o ciclo produtivo.
Todo esse cenário de disrupção e crescimento exige que o setor, composto historicamente de empresas familiares que estão na primeira, segunda ou terceira geração, tenha foco em gestão. Sem isso, é impossível acompanharem as demandas do mercado.
Como se preparar para o futuro
A complexidade e a pluralidade no âmbito do agronegócio brasileiro trazem importantes desafios e oportunidades para os ecossistemas de inovação. Será uma verdadeira revolução na área, com foco no aumento da produtividade e rentabilidade.
Diante de tamanha evolução, o setor precisará de pessoas cada vez mais qualificadas e conectadas com toda essa mudança — seja em empresas do agro, seja em produtores rurais, fornecedores de insumos ou agentes de processamento, transformação, distribuição e comercialização.
Nesse novo contexto, os distribuidores precisam buscar formas de usufruir das novas tecnologias para gerar mais valor aos seus clientes (produtores), garantir a perenidade dos negócios e ganhar em diferencial competitivo.
Para isso — e para acompanhar o crescimento do setor —, as empresas têm que ter uma estratégia de desenvolvimento robusta e bem executada, focar na profissionalização dos seus líderes e dar uma boa atenção à sucessão e governança dentro de suas empresas.
Os profissionais do setor têm experiência técnica muito consistente — o que é ótimo —, mas precisam ir além e aprimorar sua visão sistêmica e seu repertório em gestão de negócios. Neste sentido, as consultorias são decisivas: orientam as tomadas de decisão, apoiam no engajamento e no desenvolvimento das equipes e elaboram um modelo de governança considerando família, propriedade e negócio.
Gestão profissional do negócio
Uma boa consultoria atua com seriedade, compromisso e propósito de modo a construir um planejamento estratégico de crescimento de curto, médio e longo prazo para o negócio.
São definidos indicadores de performance com foco em redução de custos, melhoria dos resultados do negócio, aumento das vendas e adequação às novas dinâmicas de mercado – bem como o acompanhamento de toda a execução do processo.
Parcerias com empresas de desenvolvimento empresarial são cada vez mais benéficas ao agronegócio. Em especial porque, além de um planejamento estratégico eficaz, permitem aprimorar suas práticas de governança.
Estamos falando da estruturação de acordo de acionistas, da administração de conflitos de interesse, do desenvolvimento de conselho administrativo e até mesmo da preparação de sucessores. Sabemos que são pontos bastante sensíveis às empresas familiares, que representam 90% das organizações do Brasil.
Para aquelas que desejam realizar crescimento inorgânico, há ainda suporte para aquisição de empresas ou para preparação de venda.
Contar com parceiros estratégicos como a PKT Desenvolvimento Empresarial é ser beneficiado com conhecimento, alinhamento e harmonia para os negócios de quem tem a experiência em entender a dinâmica do mercado, sabe como multiplicar o propósito da empresa e como angariar resultados e ter um crescimento sustentável.
Por Andressa Lucas de Freitas, executiva da PKT Desenvolvimento e Pádua Teixeira, Presidente da PKT Desenvolvimento
Artigo originalmente publicado na Revista ANDAV – edição 18