
A PKT Desenvolvimento Empresarial, afiliada à Fundação Dom Cabral (FDC), tem aproveitado esse momento de difusão de conhecimento por meio de lives para trazer à tona assuntos pertinentes nesse cenário de pandemia da Covid-19.
E um dos nossos últimos encontros online, em 14 de maio, reuniu um time de professores da FDC e da Construtora Planeta para tratar da temática “Como aumentar a rentabilidade e segurança dos seus investimentos em tempos de incertezas e juros baixos”.
A live, com mediação de Flavio Nusbaum, da FDC, contou com participação do também professor da Fundação Geraldo Figueiredo; do presidente da Planeta, Ricardo Guimarães; e do diretor comercial da construtora, Henrique Penteado.
O encontro foi dividido em blocos: apresentação de breve currículo dos participantes, explanação de cada um deles, atendimento a perguntas e considerações finais.
Rentabilidade dos investimentos
Presidente da Construtora Planeta, Ricardo Guimarães contou um pouco de sua história para embasar o conselho que deu aos investidores: trilhar o mesmo caminho que ele de ter ativos reais e com segurança.
Atualmente com 52 anos, Ricardo começou a empreender aos 17 e, nessa jornada, passou por diversas crises econômicas. Ele fez inclusive um comparativo do perfil do investidor ao longo dos tempos. Antes da década de 80 havia o investidor apenas de ativos reais, cuja poupança era feita com alimentos, bens e estoque – no caso de comerciantes. Depois, a baixa oferta de opções investimento somada à comunicação maciça dos bancos, aculturou o brasileiro a investir quase que exclusivamente nestas instituições. Hoje há opções mais diversificadas de carteira.
Foi na década de 80 que Ricardo começou a empreender. Natural do interior, ele diz que pessoas do seu convívio e que serviram de exemplo tinham três características: disciplina para poupar, boa visão de mercado/futuro e controle dos seus ativos. O que fez com que se tornassem poupadores/investidores e construíssem um patrimônio.
Ricardo considera ser um investidor um pouco conservador, diz que há mais de 20 anos não investe em banco e procura ficar atento às oportunidades de adquirir imóveis bem localizados. “Tive acesso a pesquisas que apontam que nos últimos 200 anos, no Brasil, imóveis nunca caíram de preço. São ativos reais e boas alternativas para o período em que estamos vivendo. É um caminho mais seguro”.
E cita Warren Buffett, o maior investidor do mundo e autor de grandes frases. Uma delas é: “Apenas invista em negócios simples, que você entenda”. “Algo que vai um pouco contra o aconselhamento do mercado de diversificação, mas que procuro fazer é colocar os ovos em uma só cesta e cuidar muito bem dela ao invés de colocar os ovos em diversas cestas”, finaliza Ricardo.
Cenário de “hecatombe econômica”
O economista e consultor em Finanças e Estratégia Geraldo Figueiredo aproveitou o “gancho” do presidente da Planeta para “voltar ao passado” e afirmou que, embora o mercado de investimentos esteja sofisticado, o momento atual de pandemia é atípico e tende a ser o maior período de recessão desde a Depressão de 1929.
Mesmo com a crise de 2008, as últimas duas décadas foram de muita liquidez, alternativas de aplicações e horizontes relativamente controlados, mas o cenário nos últimos 60 dias é de “hecatombe econômica” e, por isso, precisa de bastante reflexão.
E para ajudar os espectadores, apresentou indicadores como os da Ibovespa, que fechou 2019 com 115.600 pontos e estava por volta de 77.000 pontos até o dia da live. A taxa de juros, que era de 4,5% no final de 2019, está projetada para 2,25% segundo estimativa do Banco Central – lembrando que há quatro anos estava em 14,25% e, há 15 anos, em 30%.
Diante desse cenário, Geraldo diz que é preciso olhar para um horizonte mais curto, proteger a liquidez e, ao mesmo tempo, preservar o patrimônio com estratégia. E sempre há alternativas de curto prazo muito atrativas, embora a segurança diminua em carteiras de maior rentabilidade.
“O momento requer reflexão porque temos um cenário completamente adverso e o mercado internacional está olhando para o Brasil com lupas muito mais severas. Estamos chegando a um ponto em que estão projetados para o início de janeiro juros reais negativos e aí vem a pergunta: devo privilegiar minha rentabilidade, minha liquidez ou minha segurança? Qual é minha melhor carteira?”, diz Geraldo. E a resposta é: vai depender do seu perfil.
Momento traz janela de oportunidades
O diretor comercial da Planeta, Henrique Penteado, também apresentou indicadores comparando o cenário dos investimentos financeiros ao setor imobiliário com a tese de que este último traz muitas oportunidades, sobretudo a investidores que visam receitas recorrentes com aluguéis.
Por meio de pesquisas do Secovi-SP e do Cresci, mostrou um panorama de lançamentos imobiliários dos últimos anos no interior do Estado de São Paulo, o indicador VSO (Vendas sobre Ofertas) e uma variação do valor dos aluguéis em cidades do interior do Estado, capital e litoral.
Ciente de que muitas pessoas irão imaginar que o setor imobiliário deve arrefecer diante de um cenário pandêmico, Henrique fez um contraponto com o cenário do investimento financeiro e trouxe números reais de que o dinheiro na poupança hoje é um investimento atrativo e sem riscos, mas a rentabilidade será menor que a inflação. De maneira resumida, o diretor comercial aponta que:
- A poupança volta a ser um dos um dos poucos investimentos financeiros de baixo risco com rendimento atrativo;
- Ainda assim, perde para a inflação projetada dos próximos 12 meses;
- Isso suscita em algumas oportunidades em relação ao mercado imobiliário;
- Sorocaba, por exemplo, apresenta demanda por aluguéis;
- Os valores superam os de cidade de mesmo porte e estão próximos aos de cidades maiores;
- A relação do valor dos aluguéis vs. preço para aquisição do imóvel se mostra muito favorável sob a ótica de investimento na cidade de Sorocaba/SP
Para finalizar, Henrique mostrou dados do Google Trends com uma ascensão à busca por “aluguel de imóveis”. “Se de um lado temos um cenário desafiador e único para os brasileiros, também há uma janela de oportunidades interessantes ao mercado imobiliário.”
Após a explanação, os participantes responderam a perguntas dos espectadores sobre o cenário de recuperação para o setor imobiliário, se o momento é mais oportuno para compra ou venda da imóveis e em qual tempo um imóvel de locação retorna em lucratividade.
Além disso, o professor da FDC Geraldo Figueiredo abordou como os investidores institucionais têm se posicionado em relação à entrada de ativos imobiliários nos seus portfólios. A íntegra pode ser acessada aqui.