A atual Pandemia de Coronavírus tem alarmado toda a população. Para além de suas implicações na saúde, ela também tem influência direta na área econômica. Assim, é natural que, enquanto especialistas se esforçam diariamente para criar uma vacina que combata esse vírus, economistas e governo trabalhem para propor alternativas financeiras que possibilitem às empresas um melhor enfrentamento da COVID-19.
Foi em meio aos anseios de empresários e empresas por auxílio em um período tão incerto que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciou medidas para injetar R$ 55 bilhões no sistema financeiro brasileiro. Para esclarecer o funcionamento das novas linhas de crédito ofertadas pelo Banco, foi realizada pelo escritório Finocchio & Ustra (FIUS), com o apoio da PKT Desenvolvimento Empresarial, mais uma live, desta vez contando com a participação de Paulo de Tarso Vieira Barbosa e Elis Regina Vasconcelos, ambos da Proinvest Finance, e dos sócios do FIUS, Felipe Cervone e José Finocchio.
Linha de crédito do BNDES
O BNDES anunciou um pacote de medidas com a injeção de R$ 55 bilhões na economia para reforçar o caixa de empresas e apoiar trabalhadores que estão passando pela crise. Esse valor será direcionado a 150 mil empresas, atingindo dois milhões de pessoas.
De acordo com o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, esse montante será empregado para:
- a transferência de R$ 20 bilhões de recursos do PIS/Pasep para o FGTS dos trabalhadores;
- a suspensão de cobrança de empréstimos por seis meses, de empresas que têm financiamento direto com o Banco – em especial setores como Petróleo e Gás, Aeroportos, Portos, Energia, Transporte, Mobilidade Urbana, Saúde, Indústria e Comércio e Serviços, que totaliza R$ 30 bilhões (R$ 19 bilhões para as operações diretas e R$ 11 bilhões para indiretas);
- o lançamento de R$ 5 bilhões para a ampliação de crédito para micro, pequenas e médias empresas, que deve ser destinado a capital de giro, com repasse via agentes financeiros (rede bancária); de acordo com o BNDES, a expansão da oferta de capital está disponível para empresas com faturamento bruto anual de até R$ 300 milhões. Os empréstimos terão carência de até 24 meses, com pagamento trimestral de juros, com prazo total para pagamento de até 60 meses de financiamento, incluindo a carência. O limite de crédito por beneficiário será de R$ 70 milhões por ano, respeitando a capacidade de pagamento de cada empresa, o que colabora com a necessidade de capital de giro das empresas, que não precisarão especificar a destinação dos recursos.
Micro, pequenas e médias empresas
A live abordou toda a destinação dos recursos, mas as questões da maioria dos participantes que enviaram suas perguntas via chat tratava justamente sobre esse último assunto. Paulo de Tarso, explicou que a ampliação da linha de crédito, denominada “BNDES Crédito Pequenas Empresas”, é na verdade uma nova roupagem dada para uma linha que já existia, mas que se aplicava a outra categoria de empresas. Antes o limite de crédito por beneficiário era de R$10 milhões por ano. Com a situação do COVID-19, esse valor passou para R$ 70 milhões, pois incluiu as médias e médias grandes empresas.
No entanto, quem vai oferecer o crédito não será diretamente o BNDES, que, segundo Elis Regina, depende de agentes financeiro, os bancos, para acontecer. Isso porque a instituição carece de mão de obra e capilaridade para repasse dos recursos. No entanto, Elis ressalta que apesar dos agentes financeiros serem os responsáveis pela concessão do crédito, a medida é recente e os gerentes dessas instituições ainda não estão munidos de todas as informações. O BNDES enviou circulares aos bancos dando orientações, mas elas ainda estão sendo analisadas para então serem postas em prática.
Paulo de Tarso ainda garante que quem participou da live sai com uma vantagem. “O empresário pode chegar no seu banco sabendo que essa nova linha de crédito existe e está disponível para ele. É uma linha que traz mais vantagens com relação a taxas e prazos, em especial se comparada à aplicada por agentes financeiros. Assim, é possível ter poder de barganha junto dos gerentes de bancos”, orienta Tarso.
PKT apoia a iniciativa
A PKT Desenvolvimento Empresarial reforça a importância desses encontros online em tempos de crise, que, com temas factuais e voltados para a economia, colaboram para manter empresários alertas para mudanças e oportunidades de manter seus negócios competitivos enquanto aguardam esse momento crítico passar.
O escritório Finocchio & Ustra faz parte do PAEX – Parceiros para a Excelência, programa que reúne empresas de médio porte interessadas em aumentar sua competitividade, elevar seus resultados e criar as bases para a perenização do negócio. O FIUS também implantou o Comitê de Gestão de Crise da FDC, a fim de criar formas de enfrentar esta pandemia do COVID-19.