Repensar modelos de negócio foi a palavra de ordem dos últimos meses. Empresas de praticamente todos os setores se viram diante da necessidade de lidar com atrasos ou interrupções do fornecimento de matéria-prima, aumento de custos, falhas logísticas, força de trabalho insuficiente, baixa na demanda de clientes e escassez de fluxo de caixa. Não havia alternativa: era preciso agir – e rápido.
Aquelas que se organizaram para estabelecer regras de maneira mais urgente se sobressaíram diante desses desafios e acabaram implantando melhorias que se traduziram em inovação, em transformação digital e em acompanhamento das novas tecnologias. Mas não só.
A sobrevivência — e crescimento — no mercado dependeu da agilidade de cada empresa em diversas esferas, independentemente do seu segmento e porte. E quem ainda não reviu seus planejamentos, metas e objetivos precisa se preparar, porque o futuro continua incerto. E foi para falar sobre o que ainda irá mudar na gestão agora e no pós-pandemia na empresa familiar, conversamos com Pádua Teixeira, Presidente aqui na PKT Desenvolvimento Empresarial.
Empresas familiares
Para Pádua, alguns dos impactos da pandemia, que exigiram algumas mudanças de gestão por parte das médias e grandes empresas, irão perdurar. Assim, alguns posicionamentos das organizações serão decisivos para sua sustentabilidade e possível crescimento. Abaixo listamos alguns que, para Pádua, são fundamentais para o sucesso corporativo.
1) Para todas as empresas: de diferentes portes e segmentos
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Atenção à tecnologia e à inovação
O mundo virtual ganhou força e os novos hábitos de comportamento e consumo do ser humano irão prevalecer mesmo no pós-pandemia. As empresas que ainda não correram atrás do prejuízo têm que se atentar para começar a oferecer produtos e serviços online.
Segundo o presidente da PKT Desenvolvimento Empresarial, quem já aderiu à transformação digital tem hoje mais de 50% do seu resultado de vendas online — um cenário pouco imaginável há mais de um ano.
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Formação de equipes para situações de emergência
Um dos legados que a pandemia deixou é que as empresas não estavam preparadas para situações de emergência, em que as decisões teriam que ser tomadas em curto espaço de tempo.
A criação de uma equipe ou comitê de gestão de grandes emergências se faz necessária para definir os objetivos e garantir que as decisões visem a manutenção deles em quaisquer circunstâncias.
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Estreitamento de relações
Assim como houve mudança de mercado para as empresas, seus clientes e fornecedores também sentiram impactos da pandemia. Então cabe às organizações entender essa situação e cooperar para administrar eventuais percalços da melhor forma a todos. Contratos comerciais podem — e devem — ser revistos.
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Ajuste de planos e orçamentos
Assim como ocorreu durante a pandemia, as empresas devem ficar atentas com relação ao fluxo de caixa e ajustar seu cronograma e orçamento para garantir recursos de acordo com os planos de trabalho dos funcionários e ritmo dos fornecedores.
É imprescindível prestar atenção também ao cenário de importação e exportação, e às situações em que estão envolvidas as regiões de onde o produto se origina — ou para onde vai.
2) Para empresas familiares
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) revelam que 90% das empresas no Brasil são familiares, representam 65% do Produto Interno Bruto (PIB) e empregam 75% da força de trabalho do País.
Esse perfil de empresa que é maioria no País ainda tem que lidar com outros fatores que foram acelerados em meio à pandemia. Pádua Teixeira diz que as mais estruturadas precisaram implementar acordos de acionistas para que se abrissem a um novo leque de possibilidades e galgassem degraus rumo à profissionalização.
Já as empresas que estavam sob domínio do patriarca se abriram para reconhecer o potencial de seus herdeiros — que em muitos casos se tornaram lideranças nas empresas. Entre as recomendações para o pós-pandemia, além dos tópicos já citados acima, estão:
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Busca por capacitação
É bastante comum que as empresas familiares contem com pessoas de confiança em seu time de gestão. Por mais que essas pessoas façam parte da história de crescimento da empresa, é fundamental que sejam capacitadas para estar no cargo que ocupam e, assim, conseguir gerir os demais funcionários.
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Administração de conflito de interesses
Há casos em que os membros da família acabam misturando aspectos emocionais e econômico-financeiros. Em meio à pandemia, isso acabou ficando mais latente. É necessário, portanto, a definição de regras claras no relacionamento na família empresária a fim de que os conflitos pessoais sejam equacionados. E, é claro, não resvalem em âmbito empresarial — e vice-versa.
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Planejamento sucessório
Deixar as rédeas da empresa nas mãos dos filhos era algo ainda longínquo para muitos patriarcas presidentes de empresas. Mas a pandemia veio para acelerar esse processo e mostrar que um planejamento sucessório faz falta.
Para quem busca profissionalizar a gestão empresarial
De acordo com Pádua, outro fator determinante para a sustentabilidade das empresas está relacionado à gestão. Quanto mais profissionalizada ela for, maiores as chances de prosperar. Com a Fundação Dom Cabral (FDC) no background, a PKT Desenvolvimento Empresarial leva às empresas o programa Parceiros para Excelência (PAEX), iniciativa que reúne empresas de médio porte interessadas em profissionalizar sua gestão empresarial.
A ferramenta faz um intercâmbio de experiências entre todas as empresas participantes. Assim, é construído um modelo de gestão – que também se utiliza de ferramentas gerenciais e de estratégia.
Mais de 3 mil empresas já participaram do programa, que hoje tem 700 organizações ativas. Veja todos os benefícios que o PAEX pode trazer para a sua empresa aqui e profissionalize sua gestão.