Hoje a conexão entre os mundos real e virtual é algo corriqueiro. Estamos conectados diariamente a familiares, amigos e clientes, recebemos entregas de comidas, ouvimos músicas e assistimos a filmes por assinatura, checamos o nosso saldo bancário pela tela do smartphone.
De maneira simplista, a digitalização também chegou à indústria e estamos vendo, mundo afora, uma revolução na produção em larga escala. E a revolução da Indústria 4.0, que conectou máquinas, funções e profissões e, consequentemente, transformou as relações de trabalho.
Não bastasse o fato de que as empresas há alguns anos têm inovado no uso de tecnologias, integrando inteligências computacionais com foco em produtividade e redução de custos, a Indústria 4.0 vai além: é uma mudança total de organização e estruturação, é repensar completamente a relação com os clientes e os próprios colaboradores.
Ainda não somos um país totalmente impactado pela indústria 4.0, isso é verdade.
Um estudo realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou que, dos 24 setores industriais do Brasil, 14 deles (responsáveis por cerca de 40% de toda a produção industrial do País) estão atrasados na adoção de tecnologias digitais.
Mas a pandemia da Covid-19, que foi um catalisador tecnológico, também acelerou o ritmo de transformação digital no país. Não é à toa que, em dezembro de 2020, o governo brasileiro, em parceria com o setor privado, lançou um centro de estudos e pesquisas para a Indústria 4.0, o C4IR Brasil. O principal objetivo foi estimular o desenvolvimento de políticas públicas e estruturas de governança de tecnologia e trazer o Brasil para a 4ª Revolução Industrial. Em outras palavras, é preparar as empresas brasileiras para as inovações do setor.
As vantagens e os desafios da Indústria 4.0
Falar em Indústria 4.0 é focar em vantagens como maior eficiência na linha de montagem, custos menores de produção e maior possibilidade de oferta aos consumidores. No entanto, é também abordar uma questão bastante sensível: a manutenção de certas funções dentro das indústrias.
Ainda que bastante discutida, a preocupação de que a força de trabalho humana será substituída por máquinas parece infundada, segundo documentário da Delloite (Indústria 4.0, antes e depois da crise). Para especialistas, aquela imagem de uma automação completa da fábrica, de máquinas substituindo toda a força de trabalho, não é real para um futuro próximo. As máquinas não vão “roubar” as vagas de trabalho, até porque muitas pessoas ainda terão papel predominante no chão de fábrica. E o cenário será de novas oportunidades e outras profissões – como o cientista de dados, por exemplo.
No entanto, mesmo que os empregos sejam mantidos, será fundamental aos gestores continuar focando em capacitação. Profissionais de todos os setores da indústria precisarão, sim, se antecipar para a transformação digital, para conseguir enxergar — e fazer o melhor aproveitamento — todas as vantagens da Indústria 4.0 e para abrir espaços às novas formas de trabalho.
Assim, é preciso ter uma visão estratégica dos negócios, um planejamento detalhado para que haja a modernização dos processos industriais.
É importante que haja mudança nos processos e no organograma da empresa, bem como instauração de uma cultura organizacional de valorização da estratégia.
Gestão 4.0
Quem quiser garantir um espaço nas fábricas do futuro terá que aderir à chamada Gestão 4.0: apostar em capacitação dos profissionais e em desenvolver novas habilidades. Como na Indústria 4.0 os colaboradores terão que determinar todo o processo produtivo, será necessária uma aprendizagem interdisciplinar e consciência de novas habilidades — mais relacionadas a aspectos comportamentais.
Entre as competências necessárias para essa revolução estão a criatividade, o pensamento empreendedor e a facilidade em tomar decisões e solucionar problemas. Isso sem contar nas habilidades analíticas, que envolvem a avaliação de informações e dados disponíveis para resultados mais concretos e assertivos.
Em resumo, a Indústria 4.0, que vinha engatinhando no Brasil, ganhou novos contornos em meio à transformação digital impulsionada pela pandemia. Os gestores, mais do que nunca, têm que estar preparados para estar na vanguarda e, principalmente, para saber realocar os seus profissionais em atividades estratégicas.
Programas como o Parceiros para a Excelência (PAEX) e cursos de pós-graduação da Fundação Dom Cabral (FDC) contribuem na capacitação profissional e para que as empresas estejam à frente das inovações tecnológicas. Se você quer implementar essa nova realidade na sua gestão, fale com a PKT!