No último dia 14, realizamos a palestra “Qual é o impacto da liderança na performance da equipe e nos resultados das organizações?”, com a professora Izabela Mioto, da Fundação Dom Cabral. Estiveram presentes mais de 130 profissionais de diferentes áreas para debater sobre o assunto com base em metodologias como neurociência, psicologia positiva e mindset de crescimento para explorar maneiras de impactar equipes no exercício da função. Animados, os participantes puderam discutir também inteligência emocional, sua aplicabilidade na liderança de equipes e projetos e outros pontos relevantes para o mercado atual.
E o interesse foi tamanho que eles deixaram algumas dúvidas para serem respondidas posteriormente pela professora Izabela Mioto. A seguir, você confere as explicações da palestrante.
1 – Qual é a sua sugestão para incentivar as pessoas a terem engajamento? E qual a melhor forma de motivação se tratando da “geração Y e Z”?
Motivação intrínseca faz toda a diferença, a motivação 3.0 (referenciada pelo autor Daniel Pink) e a motivação do PAE (Propósito, Autonomia e Excelência). Ou seja, as pessoas precisam compreender que seu trabalho tem um significado maior; isso muda tudo quando falamos de engajamento. Ouvi hoje, do meu amigo Luciano Meira, em sua palestra: “por vezes, o empregador quer que o colaborador sonhe o mesmo sonho que ele e isso pode não acontecer.”
Começa no processo seletivo: ao invés de contratar pessoas, procure compatibilizar o sonho com o trabalho que vai desempenhar. Parece utopia, mas já consigo perceber isso em vários contextos organizacionais e funciona! A provocação é: as pessoas precisam entender quais os seus potenciais, o que vem por meio do autoconhecimento.
As empresas precisam facilitar o florescimento do potencial humano.
No caso das novas gerações, em que temos a geração do “compartilhar” e super conectada. Então, precisaremos dialogar mais, compartilhar mais!
2 – Quais são métodos empresas devem adotar para motivar seus colaboradores?
Entendo que cada cultura é uma realidade. Então, um método que pode funcionar para uma empresa, pode não funcionar para outra. Porém, têm coisas que funcionam para todas: promoção do autoconhecimento e bem estar das pessoas, promoção de diálogos frequentes, mais abertura e menos gestão por medo e conflito.
3 – Qual a melhor maneira de encantar as pessoas para o bem comum?
Adoro esse termo, “bem comum”. Imagino que a melhor maneira é quando temos uma visão panorâmica das situações e contextos. Operamos a partir de um propósito que não atenda a interesses pessoais, levando em consideração o todo com soluções dialogadas. Acredito que também podemos encantar quando nos apresentamos como somos, sem as tantas máscaras que temos utilizado — isso leva à conexão!
4 – Como identificar e utilizar corretamente os gatilhos mentais?
Essa resposta é simples, mas a prática não é fácil. É preciso muito autoconhecimento para identificar. Em minha opinião, muitos gatilhos são inconscientes. Os gatilhos são diretrizes que nosso cérebro adota para não fazer todo aquele trabalho de reflexão antes de uma tomada de decisão. Muitas vezes, eles não nos levam para uma ação produtiva. Então, precisaremos refletir sobre o impacto dessas ações para deixarmos de utilizar alguns e mudarmos o curso de outros. Alguns, observaremos que nos são bastante produtivos.
5 – Quem são para você, nos líderes da atualidade, um modelo a ser seguido de liderança e para essa nova geração de pessoas, profissões e profissionais que temos hoje?
Interessante ler essa pergunta justo hoje. Acabei de sair de um Fórum, onde meu amigo querido Luciano Meira, estudioso sobre o desenvolvimento do potencial humano, disse: “não precisamos mais de líderes inspiradores, todos poderiam ser inspiradores se conseguissem aflorar seus potenciais”.
Com base nessa reflexão, respondo que os líderes que farão diferença para essa nova geração e para o futuro do trabalho são aqueles que deixam de operar no ego e que conseguem olhar para o outro com a perspectiva de ajudá-los no florescimento de seus potenciais. Os autores de vanguarda enfatizam que 70% de uma liderança eficaz está no autoconhecimento.
Aquele líder que compreende que o resultado vem por meio do compartilhar e não da competição, da inclusão de vozes e não do aniquilamento.
6 – Em sua palestra, você nos questionou sobre liderança autocrítica e com certeza em suas experiências já se deparou com esse tipo de profissional. Na sua opinião, a melhora dos líderes será tendência nos próximos anos ou teremos muito problemas no ambiente corporativo?
Temos visto por meio de vários autores e pesquisas que a liderança do século passado não funciona mais. A mente binária não dá conta da complexidade do mundo atual. A liderança autocrítica é, por consequência, também crítica aos outros. Precisamos de autogentileza e compaixão, do despertar acerca do mindset de crescimento. Para isso, os líderes precisarão aprender a desaprender e reaprender, incluir todas as vozes de um sistema, compartilhar mais. Nesse sentido, gerenciar a ansiedade, falar menos e ouvir mais, bem como refletir será mandatório se quisermos nos tornar líderes mais conectados conosco, com o outro e com as demandas do contexto.
7 – Como desmembrar os conceitos para todos os níveis organizacionais?
Não é algo complicado, basta nos utilizarmos de exemplos que as pessoas consigam enxergar aplicabilidade prática. Confesso que em minha experiência esses conceitos têm feito sentido para todos os níveis. Precisamos compreender e aceitar a humanidade que nos cabe, potencializar mais a criatividade e minimizar o estresse crônico que tomou conta da gente nos últimos anos.
8 – Qual a melhor estratégia para auxiliar na educação de adultos?
Não sei qual a melhor, mas consigo me referir a que tenho utilizado. Gosto de trazer experiências, iniciar por elas e não pela teoria. Você já ouviu falar do CAV (Ciclo de Aprendizagem Vivencial)? Começamos pelo sentimento e só no final falamos da prática, do dia-a-dia. Como diz Mary Gordon: “o melhor motor para o aprendizado é por meio da experiência”. Não reconhecemos o que não conhecemos. Precisamos viver experiências diferentes para nos abrirmos para outras possibilidades que nos sejam mais sustentáveis.
Que tal aprofundar seus conhecimentos na área? Conheça o Programa Liderança de Impacto, que promove o desenvolvimento de líderes de vanguarda. Esses profissionais conseguem alinhar propósitos pessoais com propósitos organizacionais, capazes de explorar o potencial de suas equipes e sustentar resultados de excelência.
Referências de vanguarda com embasamento da neurociência, da psicologia positiva, teoria U, motivação 3.0, mindset fixo e mindset de crescimento, bem como a busca da segunda simplicidade, sustentam o Programa que convida à exploração de novos caminhos para a geração de impacto a partir do exercício da liderança.
Não perca tempo, inscreva-se no programa de Liderança de Impacto e se capacite para estar cada vez melhor nessa posição de destaque.