Como você acha que deveria ser o plano de sucessão de uma empresa com patrimônio estimado em aproximadamente 28 bilhões de dólares? Pode ser algo difícil de responder – e até mesmo idealizar –, mas a coroa britânica trabalha nisso há muitas décadas. Este é um exemplo concreto de como uma empresa familiar pode passar por inúmeras gerações e, apesar de alguns percalços, manter o prestígio e a fortuna.
O patrimônio líquido da coroa britânica inclui hoje uma longa lista de propriedades (entre imóveis e terras agrícolas), obras de arte, joias e coleções. É uma organização bem gerida com finanças coletivas, investimentos e que move o turismo do Reino Unido. Os negócios, que vão desde os ativos das propriedades até as vendas de produtos relacionados à Casa Real e visitação em museus, fazem da coroa britânica uma das maiores empresas familiares do mundo.
Com a recente morte da rainha Elizabeth II, que conduziu a coroa britânica por 70 anos, e a sucessão do trono britânico ao seu filho, o agora Rei Charles III, fica a pergunta: o que a sucessão na família real britânica pode ensinar para uma boa sucessão nos negócios? Separamos 4 pontos principais!
Processo de sucessão contínuo
O primeiro ensinamento da sucessão na família real britânica é que nunca é cedo para começar – e que o processo é contínuo. Enquanto vemos nas histórias das organizações diversos casos de fundadores que não prepararam corretamente seus herdeiros, na família real britânica isso vem desde cedo.
A educação do príncipe – assim como de seus herdeiros – não se limitou apenas às disciplinas tradicionalmente ofertadas pelas boas escolas de elite, mas o preparou para, um dia, assumir e gerir os negócios da família.
A sucessão deve ser tratada com profissionalismo e objetividade. O seu êxito depende de um planejamento minucioso e estruturado, que precisa ser feito com antecedência para que a empresa continue gerando valor e tenha sustentabilidade.
Política bem estabelecida para novos entrantes
A coroa britânica foi construída – e se mantém – sob uma base rígida de protocolos e regras. Com o passar do tempo, muitas delas foram questionadas e algumas até mesmo flexibilizadas. Mas são essas normativas que acabam norteando as futuras gerações.
De antemão, elas já sabem quais são os critérios para os novos entrantes na família – os cônjuges –, bem como quais regras devem ser cumpridas para manutenção da unidade familiar e credibilidade da coroa.
Manter o diálogo entre as gerações
Empresas familiares têm que dar oportunidade para as novas gerações se expressarem e compartilharem o que desejam para o futuro. Em contrapartida, também tem que haver um respeito pelas decisões tomadas anteriormente e que resultaram no crescimento do negócio.
No caso da família real britânica, o que dá a entender é que ninguém ouviu as aspirações do príncipe Harry e de Meghan Markle, duquesa de Sussex, que renunciaram aos cargos e títulos da realiza britânica. O futuro de uma empresa familiar certamente depende de um diálogo entre as gerações.
Estratégia bem alinhada entre os membros
Para sustentabilidade e crescimento dos negócios, é preciso alinhamento. Todos os membros da empresa têm que estar cientes de suas atribuições para perpetuar o valor da família. Além disso, precisam ser fiéis aos princípios e valores, sem deixar de lado suas aspirações.
Mesmo abdicando dos títulos, o casal Harry e Megan Markle sabe o poder que tem a imagem da coroa britânica, tanto que registraram a marca “SussexRoyal” internacionalmente. Especialistas estimam que ela pode gerar até R$ 2,3 bi por ano em merchandising e uso de imagem.
Governança: a chave para uma boa sucessão empresarial
Na família real há regras e protocolos específicos de segurança e costumes que são respeitados, valorizados e até mesmo atualizados por todos os seus membros. Mas o que minimiza o “efeito surpresa” de comportamentos e decisões como o caso de Harry e Megan acaba sendo uma boa governança familiar e corporativa.
Estamos falando em desenvolver o diálogo para criar conexões e sentidos, em planejar o futuro, em reconhecer problemas e assumir escolhas. São questões que exigem esforço a longo prazo, não são desenvolvidas do dia para a noite, mas que resultam em um sistema familiar coeso e organizacional.
Uma boa governança é aquela que estabelece regras para administrar conflitos de interesse, agrega valor ao patrimônio e assegura a perpetuidade do legado às futuras gerações. Justamente o que faz com que a coroa britânica mantenha seu prestígio e seus negócios durante tantos anos.
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